Obrigada, Letícia por ter aberto o blog com o texto do Rilke :)
Então, eu continuo com um texto do livro do Matisse Escritos e Reflexões sobre Arte:
«Estes voos sucessivos de pombas, os seus contornos, as suas curvas deslizam em mim como num grande espaço interior. Não pode imaginar até que ponto, nesse período de papéis recortados, a sensação do voo que se desprende em mim que ajuda a melhor ajustar a mão quando ela conduz o trajecto da minha tesoura. É bastante difícil de explicar. Direi que é uma espécie de equivalência linear, gráfica, da sensação do voo. Há também o problema do espaço vibrante. Dar vida a um traço, a uma linha, fazer existir uma forma, não é problema que se resolva nas academias convencionais, mas fora delas, na natureza, pela observação penetrante das coisas que nos rodeiam. Um ínfimo pormenor pode revelar-nos um grande mecanismo, um mecanismo essencial de vida. À partida, aprendizes-pintores podem ter o dom da vida das coisas. A maior parte das crianças que pintam têm-no... Traçam uma figura, aplicam uma cor, estabelecem uma relação e a imagem assim fixada existe, respira, participa, não é uma coisa morta, uma coisa que se assemelharia, por exemplo, a um velho pedaço de cotão caído de um velho bocado de vida morta... (...)»
Henri Matisse in Escritos e Reflexões sobre Arte, Lisboa, Ulisseia, 1972, pp. 247 e 248
Henri Cartier-Bresson,
Henri Matisse, 1944
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Como este blog também vai servir para nos desafiar, proponho que observemos as coisas que nos rodeiam, como o Matisse diz e, depois, passar essa observação para o nosso blog (em pintura, desenho, fotografia, vídeo, etc.)
:O)